Título Fatos da Amazônia 2025
Autores Daniel Santos

Manuele Lima

Agatha Vilhena

Beto Veríssimo

Caíque Silva

Editora Amazônia 2030
Cidade Belém e São Paulo
Ano de publicação 2025
ISBN
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Sumário Executivo

A Amazônia é uma região de dimensão continental, portanto, há diversas formas de dividi-la e interpretá-la. Essa imensa área pode ser compreendida como uma região internacional (Pan-Amazônia), uma região no território brasileiro (Amazônia Legal), um bioma brasileiro (bioma Amazônia), uma bacia hidrográfica (bacia amazônica), macrozonas com base na cobertura vegetal remanescente (as cinco Amazônias), além de outras formas a partir da sua diversidade biológica e cultural.

A Pan-Amazônia tem uma área estimada em 8,5 milhões de quilômetros quadrados cobertos por florestas, cerrados e campos naturais que se distribuem em nove países da América do Sul, incluindo o Brasil, país que detém 62% desse território. O restante está distribuído entre Peru (11%), Bolívia (8%), Colômbia (6%), Venezuela (6%) e Equador, Guiana, Guiana Francesa e Suriname (7%). A população da Pan-Amazônia está estimada em 47,6 milhões de habitantes.

O Brasil compreende dois principais territórios geográficos na região: o Bioma Amazônia e a Amazônia Legal. O Bioma Amazônia – definido como um “conjunto de ecorregiões, fauna, flora e dinâmicas e processos ecológicos similares” – possui 4,2 milhões de quilômetros quadrados compostos por florestas tropicais úmidas, extensa rede hidrográfica e enorme biodiversidade, representando 48% do território nacional.

A Amazônia Legal possui aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados e inclui toda a área do Bioma Amazônia, além de parte dos biomas Cerrado e Pantanal. Abrange todos os estados da Região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), Mato Grosso e parte do Maranhão. Ela representa 59% do território nacional.

Outro conceito desenvolvido por pesquisadores do projeto Amazônia 2030 é o das cinco Amazônias, que divide a Amazônia Legal em cinco zonas com base na cobertura vegetal remanescente: florestal, florestal sob pressão, desmatada, não florestal (Cerrado e Pantanal) e urbana.

Este relatório, elaborado com base em dados secundários de diversas instituições de pesquisas públicas e da sociedade civil, faz parte da iniciativa Amazônia 2030. Seu objetivo é sintetizar as informações econômicas, sociais e ambientais mais recentes da Amazônia Legal no ano 2025. Segue um resumo dos principais dados para a região.

Segundo o projeto Prodes do Inpe, o desmatamento atingiu 857.178 quilômetros quadrados até 2024, ou 17% da área total da Amazônia Legal. Ao considerar somente a área de floresta nativa do Bioma Amazônia, o desmatamento atingiu 21% da cobertura florestal nativa original.

Em relação aos focos de calor, aproximadamente 2 milhões de focos de calor foram detectados entre 2010 e 2024 em toda a Amazônia Legal, dos quais 192.700 apenas
em 2024. Desse total, as maiores quantidades de focos de calor ocorreram nos estados do Pará (56.070) e Mato Grosso (50.551 focos), sendo que neste último houve um aumento de 132% em relação ao ano anterior. Na última década, os anos com maiores focos de calor na Amazônia Legal foram 2024 (192.700), 2020 (150.783) e 2017 (149.411 focos).

As emissões totais de Gases de Efeito Estufa (GEE) na Amazônia Legal em 2022 atingiram um pouco mais de 1,1 bilhão de toneladas de CO2e. Contudo, em termos líquidos, houve uma emissão de 601,14 milhões de toneladas de CO2e na região.

O efetivo de rebanho bovino existente na região atingiu 106,7 milhões de cabeças de gado em 2023. Os maiores rebanhos estavam em Mato Grosso (34,0 milhões de cabeças), Pará (25,0 milhões) e Rondônia (18,2 milhões). A área de pastagem atingiu 76,8 milhões de hectares em 2023. Em contrapartida, a área de agricultura plantada ou destinada à colheita ocupou 29,3 milhões de hectares no mesmo ano.

Os garimpos ilegais, que geram graves impactos ambientais e sociais, atingiram 246.065 hectares em 2023. De acordo com o Mapbiomas, o garimpo está presente em toda a Amazônia Legal, mas apresenta-se concentrado em algumas regiões, como na região do rio Tapajós, no oeste do estado do Pará, e na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

A Amazônia Legal apresentou uma superfície de água de 11,23 milhões de hectares em 2024, um decréscimo de 8,8% em relação a 2022. A região apresenta tendência de redução de superfície de água nos últimos anos. O pior cenário de seca recente ocorreu nos anos de 2016 e 2020, atingindo 10,5 e 10,7 milhões de hectares, respectivamente.

A população da Amazônia Legal aumentou de 7,1 milhões em 1970 para 26,7 milhões de habitantes em 2022, o que representa 13% da população brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) Real da Amazônia Legal totalizou R$ 916,9 bilhões em 2021, ou apenas 10% do PIB do Brasil.

De acordo com a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais de 2024 do IBGE, a população em situação de pobreza na Amazônia Legal atingiu 36,2% da população da região em 2023, cerca de 9% a mais que a taxa de pobreza média do Brasil.

As cidades amazônicas abrigam 76% de toda a população da região e possuem em geral um padrão urbanístico irregular e uma oferta de serviço de saneamento deficitário. O esgotamento sanitário via rede coletora aumentou de 13% em 2012 para 19,3% dos domicílios de pessoas inscritas no CadÚnico em 2022 na Amazônia Legal. Contudo, esta proporção é muito menor que a brasileira (60,2% dos domicílios).

Em relação à segurança pública, a Amazônia tornou-se umas das regiões mais violentas do país. A taxa bruta de homicídios saltou de menos de 20 assassinatos por 100 mil habitantes no início dos anos 2000, para mais de 42 assassinatos por 100 mil habitantes em 2017. Apenas após 2017 a taxa de homicídio na região sofreu queda para cerca de 32,9 assassinatos por 100 mil habitantes em 2023, sendo ainda muito superior à do restante do Brasil.


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